Características da geração Z no mercado de trabalho

22/07/2025 -Novas formas de trabalhar
Duas jovens da geração Z no mercado de trabalho.

“Essa geração não quer nada com nada.”

Quantas vezes você já ouviu isso sobre a geração Z no mercado de trabalho? É comum ver esse grupo rotulado como “difícil de lidar”, “sem compromisso” ou até “preguiçoso”. Mas e se o problema não estiver neles… e sim na forma como o mundo do trabalho ainda insiste em funcionar?

A verdade é que a geração Z não rejeita o trabalho, mas sim, os modelos ultrapassados, sem propósito, rígidos e insustentáveis. Essa nova geração está provocando um choque necessário nas estruturas corporativas, trazendo à tona discussões urgentes sobre saúde mental, flexibilidade, autonomia e cultura organizacional.

Neste artigo, vamos entender o que está por trás das características da geração Z no mercado de trabalho, por que os conflitos entre gerações continuam acontecendo e como empresas podem transformar esse desafio em vantagem competitiva.

Quem é a geração Z e o que a trouxe até aqui?

Nascida entre meados de 1997 e 2012, a geração Z cresceu conectada. Literalmente. Desde cedo, ela viu o mundo pela tela de um smartphone, aprendeu a se expressar nas redes sociais e teve acesso ilimitado à informação e também às incertezas de um planeta em crise.

Jovens da geração Z utilizando celular, umas das características dessa geração.

Contexto histórico

Essa é a geração que passou pela adolescência no meio de uma pandemia global, enfrentou as consequências econômicas da Grande Recessão de 2008 e amadureceu ouvindo falar de mudanças climáticas, colapsos sociais e disrupções tecnológicas. O impacto disso tudo é uma geração com uma visão de mundo muito diferente das anteriores, e não tinha como não ser assim.

Mudança na visão de mundo e trabalho

Mesmo diante de tantos desafios, a geração Z não se esconde, ela quer fazer parte da solução. É um grupo que valoriza a estabilidade financeira, sim, mas que não aceita isso a qualquer custo, como já foi com gerações anteriores. Para essa geração, propósito, diversidade, sustentabilidade e impacto social são temas que pesam (muito) na hora de escolher onde e como trabalhar.

Se pudesse escolher entre um emprego bem pago e entediante, ou um trabalho mais interessante com salário menor, a geração Z se dividiria, o que mostra que para eles, dinheiro importa, mas não é tudo. O que conta mesmo é sentir que o seu tempo está sendo investido em algo com significado.

O que a geração Z valoriza no ambiente de trabalho?

Essa é uma geração com clareza sobre o que quer e, principalmente, sobre o que não quer. O que mais marca esse grupo é a valorização da qualidade de vida. Ou seja, flexibilidade, bem-estar, autonomia e equilíbrio entre vida pessoal e carreira são prioridades. O trabalho não é mais o centro da existência, mas uma parte importante de um projeto de vida mais amplo.

Propósito importa

Boa remuneração segue relevante, mas está longe de ser o único critério. Essa geração quer fazer parte de algo que tenha sentido. Quer contribuir com causas em que acredita, trabalhar em empresas que respeitem a diversidade e que realmente façam o que pregam.

Ambientes flexíveis e relações mais humanas

Esqueça aquela ideia de jornada linear e previsível. A geração Z prefere caminhos que permitam experimentação, crescimento contínuo e mudanças de rota. Isso se traduz em preferências por ambientes que respeitem diferentes estilos de trabalho, ofereçam liberdade para propor, errar e aprender e onde haja espaço para trocas verdadeiras.

Aliás, o que a geração Z pensa sobre empregos vai muito além do contrato formal: eles buscam relações de confiança, lideranças com escuta ativa, transparência e diálogo. Para muitos, um bom ambiente de trabalho é aquele em que dá para ser quem se é: sem máscaras e com espaço para evoluir como pessoa e profissional.

Menos hierarquia, mais colaboração

O modelo de “manda quem pode, obedece quem tem juízo” perdeu espaço. O que essa nova geração espera são líderes que inspirem, que orientem e que também aprendam com a equipe. A colaboração se tornou um critério de sucesso, e a inovação nasce do encontro entre diferentes perspectivas.

Em outras palavras: se o ambiente não acolhe, não escuta e não flexibiliza, a geração Z simplesmente… não fica.

Equipe de jovens em escritório representando a geração Z no mercado de trabalho.

Desafios da geração Z no mercado de trabalho

A geração Z está entrando no mercado com ideias novas e muita vontade de fazer diferente, mas isso não significa que o caminho seja simples. Eles enfrentam desafios reais, e, muitas vezes, subestimados por empresas que ainda operam em modelos rígidos, hierárquicos e pouco receptivos à mudança.

Entenda os principais obstáculos enfrentados por essa nova geração:

Dificuldade de adaptação a estruturas rígidas

  • Muitos ambientes corporativos ainda seguem modelos hierárquicos inflexíveis.
  • A geração Z valoriza colaboração e autonomia, o que pode gerar atrito com lideranças tradicionais.
  • A falta de liberdade para propor ideias ou adaptar rotinas pode ser um fator de frustração e rotatividade.

Altas expectativas e pouca experiência

  • Essa geração quer crescer rápido, mas o desafio está em equilibrar essa ambição com a realidade do mercado, que nem sempre oferece espaço imediato para crescimento.
  • Sem planos claros de desenvolvimento ou capacitação, é comum ver a geração Z sendo demitida rapidamente, ou trocando de emprego em busca de algo mais alinhado.

Estigmas e preconceitos geracionais

  • Ainda há quem diga que a geração Z “não quer trabalhar” (a verdade é que ela não aceita trabalhar de qualquer jeito).
  • Essa visão distorcida reforça barreiras na contratação, dificulta o onboarding e explica por que a geração Z não consegue emprego com facilidade em certos setores.

Comunicação e cultura intergeracional

  • Estilos de comunicação diferentes (mais digitalizados, diretos e informais) podem causar ruído com gerações anteriores.
  • A falta de escuta ativa e empatia pode alimentar conflitos internos e prejudicar a integração da equipe.

Saúde mental e sobrecarga

  • A pressão por performance, somada à cultura do “sempre online”, tem afetado diretamente o bem-estar da geração Z.
  • Muitos jovens sentem que não há apoio suficiente das empresas nesse sentido.
  • Ambientes que não acolhem ou não oferecem políticas claras de equilíbrio e apoio psicológico acabam sendo rejeitados por essa geração.

Jovem enfrentando dificuldades da geração Z no mercado de trabalho.

Choque de gerações: conflito ou oportunidade?

O conflito entre gerações no mercado de trabalho pode se traduzir em várias situações que você já deve ter visto: reuniões em que uma parte prefere resolver tudo por e-mail e a outra insiste em fazer tudo por WhatsApp; colaboradores mais novos que pedem feedback constante, enquanto os mais experientes acham isso “carência”; líderes que valorizam pontualidade acima de tudo e jovens que preferem ser avaliados por entregas, e não por horários.

A verdade é que esse conflito sempre existiu, e sempre vai exisitr. O que muda, a cada década, é o pano de fundo. Enquanto os baby boomers (1946-1964) cresceram valorizando estabilidade e hierarquia, devido ao seu contexto de pós-guerra, a geração X (1965-1980) aprendeu a ser independente enquanto assistia seus pais sendo afetados pelas demissões em massa. Já os millennials (1981-1996) buscaram propósito em meio ao cenário de crises. E agora, a geração Z, nascida na era digital e que passou por uma pandemia quer flexibilidade, saúde mental e autenticidade.

Essas diferenças geram ruídos, sim. Mas também podem ser fonte riquíssima de inovação, aprendizado e crescimento mútuo, desde que bem conduzidas.

Como transformar o conflito em colaboração?

  • Incentive escuta ativa entre os times: Escutar com curiosidade (e não com julgamento) é o primeiro passo para gerar entendimento real entre gerações.
  • Promova trocas intencionais: Mentorias reversas, dinâmicas intergeracionais e projetos colaborativos ajudam a integrar experiências distintas.
  • Adapte a comunicação: O mesmo conteúdo pode (e deve) ser comunicado de formas diferentes, dependendo do perfil do colaborador. Isso não é “mimar”. É inteligência relacional.
  • Liderança que acolhe: É nas lideranças que esse choque vira ponte ou parede. Adotar culturas mais abertas, que estimulam o diálogo, acolhem a diversidade de perfis e oferecem flexibilidade é uma forma de unir o melhor de cada geração.

Quando os jovens são bem orientados, eles trazem frescor, digitalização e inovação para as empresas. Os mais experientes, por sua vez, compartilham visão sistêmica, maturidade e consistência. Cada geração tem seu ponto forte, e unir esses grupos é construir equipes mais completas e potentes.

Eles não querem trabalhar? Ou só não aceitam o modelo antigo?

“Essa geração não quer trabalhar.”

Poucas frases dizem tanto sobre quem a pronuncia… e tão pouco sobre a realidade. A ideia de que a Geração Z é “preguiçosa” está mais ligada a preconceitos geracionais do que a dados concretos. A verdade é que essa nova geração não rejeita o trabalho, ela rejeita o modelo ultrapassado, inflexível, sem escuta e sem propósito.

Desconstruindo o mito da geração preguiçosa

Ao longo da história, toda nova geração foi acusada de não ter o mesmo “comprometimento” da anterior, isso é reflexo das mudanças comportamentais que a própria sociedade acaba construindo com sua evolução. Não dá pra ter a mesma mentalidade para sempre.

O que acontece é que a nova geração entende o trabalho como parte de sua identidade, e por isso mesmo, busca profissões e cargos que tem propósito. A questão é que essa geração dá mais valor à saúde mental e à vida pessoal e prefere modelos de trabalho flexíveis, que permitem um equilíbrio entre profissional e pessoal, sem permitir que o trabalho ocupe todos os espaços da vida.

Leia também: O modelo de trabalho de 4 dias funciona mesmo ou é mito?

Como atrair, engajar e reter talentos da geração Z

Ao manter estruturas engessadas e lideranças autoritárias, muitas organizações estão perdendo profissionais criativos e altamente adaptáveis. Em vez de enxergar essa nova geração como um ativo estratégico, ainda há quem pergunte por que as empresas não querem a Geração Z, quando a pergunta deveria ser: o que podemos fazer para atrair a geração Z? Confira algumas dicas objetivas para isso:

Atração: seja coerente com o que você comunica

  • Mostre seus valores na prática: Essa geração não se contenta com discursos bonitos. Ela observa como a empresa se posiciona sobre diversidade, meio ambiente, inclusão e impacto social e decide se vale a pena se conectar.
  • Seja transparente sobre o que oferece: Atraia com clareza: o que a empresa valoriza? Como trata seus colaboradores? O que está fazendo para evoluir? Compartilhar esse tipo de conteúdo nas redes é mais eficaz do que uma vaga cheia de exigências e promessas genéricas.
  • Ofereça formatos de trabalho flexíveis: Home office, híbrido, horários adaptáveis… esses modelos demonstram confiança e respeito pela individualidade. Mostram também que a empresa evoluiu com o tempo.

Engajamento: cultura de escuta e desenvolvimento contínuo

  • Crie oportunidades reais de crescimento: Essa geração quer aprender. Mentorias, trilhas de capacitação, planos de carreira horizontais e experiências em diferentes projetos mantêm o engajamento alto.
  • Dê feedback constante (de verdade): Não é sobre controle, é sobre alinhamento. A Geração Z valoriza retornos construtivos e a oportunidade de ajustar a rota com agilidade. Crie espaços seguros para diálogo.
  • Aposte na tecnologia para facilitar o dia a dia: Ferramentas colaborativas, dashboards, apps de gestão de tarefas, tudo isso fala a língua de quem já nasceu digital.

Retenção: estrutura emocional e propósito claro

  • Invista em bem-estar e saúde mental: Apenas oferecer um plano de saúde não quer dizer que a empresa liga para o bem-estar. É preciso ir além, criar políticas, benefícios e, especialmente, uma cultura que respeite os limites do colaborador. Isso reduz o turnover e fortalece o vínculo.
  • Diversidade e inclusão são prioridade, não acessório: Ambientes onde todos se sentem acolhidos, respeitados e representados são ambientes onde as pessoas querem permanecer.
  • Ofereça liberdade com responsabilidade: Autonomia para organizar a rotina, confiança para entregar resultados e suporte quando necessário. Esse tripé sustenta a permanência dos talentos da Geração Z.

Conclusão: o futuro pede escuta, flexibilidade e confiança

Essa geração já mostrou que autonomia, flexibilidade e bem-estar não são “mimos”, mas pré-requisitos para entregar resultados de verdade. E isso vale tanto para a cultura das empresas quanto para o espaço onde o trabalho acontece.

Não se trata de trabalhar menos, mas de trabalhar melhor. Com liberdade para organizar suas próprias rotinas, com espaço para aprender no processo, e com líderes que confiem. O futuro do trabalho será moldado por profissionais que se autogerenciam e que escolhem ambientes onde possam evoluir como pessoas e não só como cargos.

E é exatamente isso que a Solution Indoor oferece: espaços preparados para quem valoriza novas formas de trabalhar, como salas fixas, espaços de coworking, salas de reunião e muitas facilidades para a rotina de trabalho. Aqui, todo estilo de trabalho encontra seu lugar.

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