Rotina de trabalho com férias escolares: o que empresas estão fazendo pelo time

02/12/2025 -Novas formas de trabalhar
Mulher trabalhando home office durante rotina de férias escolares.

Rotina de trabalho com férias escolares: o que empresas estão fazendo pelo time

A época das férias escolas muda completamente a rotina de quem tem filhos. Com crianças em casa, conciliar família e trabalho se torna ainda mais complexo. O resultado dessa mudança costuma ser mais estresse e menos foco, especialmente se o colaborador não tem apoio da empresa.

Com apoio da empresa, esse cenário muda. Políticas simples como horários flexíveis, remoto parcial em dias críticos, colônia de férias ou reembolso de atividades infantis tiram pressão da rotina de férias e devolvem foco ao colaborador. Para a empresa, o retorno vem em produtividade mais estável, menos absenteísmo e maior retenção, além de reforçar uma cultura que cuida das pessoas.

Os desafios enfrentados por pais que trabalham nas férias escolares

A rotina de férias escolares muda a dinâmica da casa e do trabalho. Com crianças sem aula, pais e mães precisam revezar cuidado, entretenimento e entregas profissionais. Sem um plano claro, a gestão da rotina pode virar fonte de estresse com queda de foco no trabalho e falta de contato com os próprios filhos.

Onde a rotina pesa

  • Tempo e logística: mais deslocamentos, horários quebrados, mudanças de última hora.
  • Foco interrompido: reuniões com pausas, telefonemas no meio de tarefas, produtividade oscilando.
  • Custo extra: contratação de recreação, colônia de férias, babá eventual.
  • Culpa e pressão: sensação de não estar presente nem no trabalho nem com os filhos.
  • Saúde mental: risco maior de esgotamento em quem trabalha e cuida ao mesmo tempo.

Quem sente mais essa mudança de rotina são famílias solos e cuidadores principais, como as mães, que ainda concentram grande parte das tarefas de cuidado. Quando estas mulheres estão em equipes de trabalho com janelas de entrega rígidas ou não possuem rede de apoio próxima, esse período pode se tornar caótico devido à sobrecarga.

Mulher trabalhando em casa com criança no colo em período de férias escolares.

A pesquisa Bright Horizons Modern Family Index, realizada em 2025 nos Estados Unidos revelou que 76% dos pais empregados dizem que sua capacidade de focar no trabalho depende dos planos de férias dos filhos, e 87% relataram enfrentar interrupções ou desafios enquanto as crianças estão em casa durante as férias.

Não por acaso, mais de três quartos desses profissionais gostariam que suas empresas oferecessem mais apoio na organização de uma rotina infantil segura no recesso.

O impacto das férias escolares na produtividade

Na prática, a produtividade dos pais durante o período de férias escolares cede espaço em três frentes. A concentração nas tarefas se perde, especialmente para quem trabalha home office, pois trocar de contexto a cada chamada ou mensagem fragmenta a atenção e alonga atividades simples. Depois, agendas se tornam menos previsíveis. Reuniões começam atrasadas, demandas urgentes se acumulam e a priorização vira um jogo de apagar incêndios. Por fim, cresce a sensação de pressão.

Alguns sinais do dia a dia ajudam a identificar esse quadro:

  • Tarefas curtas que passam a ocupar a manhã inteira
  • Remarcações frequentes e entregas que escorregam para o fim do dia
  • Mais saídas antecipadas ou microausências ao longo da semana
  • Comunicação truncada e decisões tomadas às pressas

Medidas que funcionam na prática

Embora ainda pouco comuns no Brasil, as ações voltadas a pais e mães durante a rotina de férias são viáveis, melhoram o clima e protegem resultados. A ideia é oferecer benefícios flexíveis para que o time atravesse esse período com menos estresse e mais foco.

Confira algumas medidas que já são adotadas em empresas brasileiras:

Colônia de férias (interna ou em parceria)

Programas dentro da empresa ou com parceiros locais dão previsibilidade ao cuidado infantil e devolvem foco ao time.

  • Vallourec: realiza colônia de férias duas vezes ao ano (janeiro e julho), com três dias de atividades das 7h30 às 17h, cerca de 50 vagas por unidade, chegada com os pais no ônibus corporativo e programação educativa com monitores. Há até o “banho de mangueira” com o caminhão dos bombeiros e almoço com os pais, um gesto que cria memória afetiva e engaja a equipe.
  • Conta Azul: promoveu uma colônia por 20 dias na sede, atendendo 56 crianças (4 a 11 anos), com apoio de parceiros locais (SESI, transporte, atividades) e acompanhamento integral de monitores. O feedback dos pais destacou a tranquilidade para trabalhar sabendo que os filhos estavam por perto e em segurança.
  • Grupo São Luiz (varejo): há mais de 25 anos realiza edições semestrais para filhos de colaboradores, com ações simultâneas em Fortaleza e Cariri; apenas em janeiro de 2024 foram 130 crianças em um dia de lazer na capital e programação no interior. Projeto é inclusivo, com adaptações para crianças autistas e com deficiência visual.
  • Magalu: abriu o escritório de São Paulo para uma colônia de férias com cerca de 50 crianças por dia e atividades recreativas na Arena Magalu, reforçando o objetivo de dar praticidade para os pais durante o recesso.

Ajuda de custo e reembolsos

Quando a escola para, os custos acabam subindo. Neste cenário, apoio financeiro faz diferença.

  • VLI (logística): oferece reembolso de colônia de férias para mães/pais solo com filhos até 7 anos, com valores que chegam a R$ 1.134,25 (até 3 anos) e R$ 548,97 (3 a 7 anos), além de auxílio-babá mensal de R$ 884,51 até os 5 anos. Depoimentos indicam alívio real para quem não tem rede de apoio.

Folga remunerada nas semanas de recesso

Dias extras, além das férias, permitem presença com os filhos sem romper cadência de entregas.

  • AKQA Casa: concede uma semana de folga remunerada para quem tem filhos (biológicos ou adotivos) de até 17 anos, além da licença parental estendida, um benefício citado como diferencial pelos colaboradores.

Programas “kids no trabalho” e apoio pontual

Ações pontuais dentro da empresa ajudam quando a casa está cheia e o expediente segue.

  • TruckPag: criou o Truck Kids, que acolhe filhos de 4 a 12 anos durante as férias escolares. As crianças passam na empresa com um responsável e vão brincar, são preparadas diversas atividades recreativas e educacionais. O objetivo é deixar o colaborador feliz, produzindo mais e tranquilo sabendo que seus filhos estão bem cuidados e ocupados com atividades enriquecedoras.

A importância de apoiar colaboradores com filhos

Quando a empresa reconhece a parentalidade como parte da vida de quem trabalha, cria um ambiente de confiança e pertencimento. Isso melhora o humor do time e ajuda na gestão da rotina. Assim, ao invés de apagar incêndios diários, gestores e colaboradores conseguem planejar entregas com mais previsibilidade.

Políticas claras e benefícios flexíveis sinalizam respeito às diferentes realidades familiares e retornam em foco, compromisso e lealdade.

Ganhos concretos para a empresa

  • Produtividade mais estável, com menos interrupções e retrabalho
  • Queda de absenteísmo e atrasos em semanas críticas
  • Retenção de talentos e melhora do employer branding
  • Clima organizacional mais leve e colaborativo
  • Avanço em diversidade e equidade, com impacto direto na experiência das mulheres mães

O que muda na prática

  • Liderança mais empática, que negocia prioridades e combina janelas de disponibilidade
  • Benefícios flexíveis que aliviam custos e logística, como reembolso de colônia de férias, banco de horas e remoto parcial
  • Comunicação simples e transparente, com regras de elegibilidade e modelos prontos para solicitar folga ou ajuste de horário

Conclusão

Ambientes de trabalho que apoiam pais e mães em férias escolares contornam problemas de produtividade e investem em um clima positivo para os colaboradores. Essa medida é uma ação de gestão inteligente: reconhecer a parentalidade e adotar benefícios flexíveis faz com que a rotina deixe de ser um problema recorrente e vire um processo previsível.

Principais ganhos:

  • Bem-estar real para quem cuida e trabalha
  • Engajamento mais alto e clima mais leve
  • Resultados consistentes, com menos retrabalho e atrasos

Se parece uma boa ideia implementar essa mudança na sua empresa, comece pequeno. Escolha duas medidas para testar, comunique regras simples e meça o impacto. O importante é sinalizar apoio e dar estrutura para que o time siga entregando bem, mesmo com crianças em casa.

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